Leonardo Pareja, já ouviram falar nesse nome? Pra quem tem mais de 30 anos o nome ainda é um refresco na memória. Se você tem menos, provavelmente nunca ouviu falar dele, porém há exceções. Leonardo Pareja, porém, é talvez o mais notório criminoso brasileiro dos últimos 20 anos. Marcola, Fernandinho Beira Mar, Nem da Rocinha, Maníaco do Parque foram outros notórios criminosos brasileiros das últimas 2 décadas. Em comparação com esses bandidos, Leonardo Pareja é um pé-de-chinelo, um assaltante e ladrão de carros que não usava de violência para com suas vítimas. Mas por outro lado, sua inteligência e sua capacidade de usar a mídia para tornar-se um “astro” do crime o colocam definitivamente um patamar acima dos demais.
E quem diria, Leonardo Pareja foi capa da duvidosa Veja em abril de 1996. Num dos títulos da reportagem está a frase: “Leonardo Pareja ressurge numa rebelião em Goiás e humilha a polícia e o governo”
- Se você é fã de Patrick Horla conhece bem a frase acima.
Em setembro de 1995 ficou conhecido no Brasil inteiro ao, após um assalto, manter como refém a sobrinha do todo poderoso Antônio Carlos Magalhães, governador da Bahia. Ele escapou e começou a zombar da polícia e das autoridades dando entrevistas para rádios e dizendo em qual cidade iria atacar.
Em abril de 1996 liderou uma fuga cinematográfica do maior presídio do Estado de Goiás, o Cepaigo. O diretor do presídio, na época, o Coronel Nicola Limongi (apelidado de Nazista por Pareja), foi acusado pelos presos de maus tratos e torturas. Um Juiz do estado começou a investigar as denúncias e começou uma queda de braço entre o diretor do presídio e o Juiz.
Em 26 de abril de 1996, o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, o desembargador Homero Sabino, decidiu ir por conta própria ao presídio analisar a situação dos presos. Irritado com a visita do desembargador, Nicola Limongi arregimentou uma turma de amigos dentre eles, o Secretário de Segurança Pública do Estado de Goiás, coronéis de polícia, juízes, promotores e políticos em uma tentativa de intervir na visita.
O palco estava montado. Mais de 1 dezena de autoridades estavam no presídio discutindo a gestão feita por Nicola Limongi quando uma turma de presos decidiu começar a rebelião. Imaginem, o diretor do presídio, promotores de justiça, juízes, delegados, coronéis, um desembargador do estado, o secretário de segurança pública, todos nas mãos de bandidos e assassinos sanguinários. A rebelião parou o Brasil.
Os presos porém estavam dispersos, não tinham uma liderança e não sabiam ao certo o que fazer. E foi ai que eles lembraram de alguém que poderia ajudá-los, um preso que estava numa espécie de solitária, Leonardo Pareja. O showman entrava em ação e logo assumiu todo o controle da rebelião mesmo sem ter tido nenhum pingo de culpa no motim. Na verdade ele só queria ver o circo pegar fogo, uma espécie de Coringa da vida real. E em um dos primeiros problemas surgidos durante a rebelião, ele pôde colocar à prova todo o seu poder de manipulação.
Todos os presos queriam estraçalhar o diretor “Nazista” do presídio, um deles chegou a dizer que cravaria 100 facas no seu peito. Ele estava prestes a ser massacrado quando Pareja disse que não, a vida do diretor era importante. Na verdade a vida do diretor pouco importava para Pareja, aquela era uma oportunidade única para o psicopata narcisista colocar à prova o seu poder de persuasão e liderança. Era mais um teste real para ele. Enquanto todos os presos queriam truçidar e esquartejar o diretor da cadeia, Pareja foi na direção contrária e salvou a vida do diretor persuadindo todos os bandidos.
Em meio ao caos da rebelião, uma cena ecoou pelo mundo. Pareja e um outro preso escalam a caixa d’água do Presídio. Pareja sobe na frente com uma bandeira do Brasil e o outro preso sobe atrás com um violão. Ao chegarem no alto da caixa d’água Leonardo Pareja hasteia a Bandeira do Brasil e começa a tocar o violão cantando a música “Vida de Gado” de Zé Ramalho.
Em abril de 1996 liderou uma fuga cinematográfica do maior presídio do Estado de Goiás, o Cepaigo. O diretor do presídio, na época, o Coronel Nicola Limongi (apelidado de Nazista por Pareja), foi acusado pelos presos de maus tratos e torturas. Um Juiz do estado começou a investigar as denúncias e começou uma queda de braço entre o diretor do presídio e o Juiz.
Em 26 de abril de 1996, o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, o desembargador Homero Sabino, decidiu ir por conta própria ao presídio analisar a situação dos presos. Irritado com a visita do desembargador, Nicola Limongi arregimentou uma turma de amigos dentre eles, o Secretário de Segurança Pública do Estado de Goiás, coronéis de polícia, juízes, promotores e políticos em uma tentativa de intervir na visita.
O palco estava montado. Mais de 1 dezena de autoridades estavam no presídio discutindo a gestão feita por Nicola Limongi quando uma turma de presos decidiu começar a rebelião. Imaginem, o diretor do presídio, promotores de justiça, juízes, delegados, coronéis, um desembargador do estado, o secretário de segurança pública, todos nas mãos de bandidos e assassinos sanguinários. A rebelião parou o Brasil.
Os presos porém estavam dispersos, não tinham uma liderança e não sabiam ao certo o que fazer. E foi ai que eles lembraram de alguém que poderia ajudá-los, um preso que estava numa espécie de solitária, Leonardo Pareja. O showman entrava em ação e logo assumiu todo o controle da rebelião mesmo sem ter tido nenhum pingo de culpa no motim. Na verdade ele só queria ver o circo pegar fogo, uma espécie de Coringa da vida real. E em um dos primeiros problemas surgidos durante a rebelião, ele pôde colocar à prova todo o seu poder de manipulação.
Todos os presos queriam estraçalhar o diretor “Nazista” do presídio, um deles chegou a dizer que cravaria 100 facas no seu peito. Ele estava prestes a ser massacrado quando Pareja disse que não, a vida do diretor era importante. Na verdade a vida do diretor pouco importava para Pareja, aquela era uma oportunidade única para o psicopata narcisista colocar à prova o seu poder de persuasão e liderança. Era mais um teste real para ele. Enquanto todos os presos queriam truçidar e esquartejar o diretor da cadeia, Pareja foi na direção contrária e salvou a vida do diretor persuadindo todos os bandidos.
Em meio ao caos da rebelião, uma cena ecoou pelo mundo. Pareja e um outro preso escalam a caixa d’água do Presídio. Pareja sobe na frente com uma bandeira do Brasil e o outro preso sobe atrás com um violão. Ao chegarem no alto da caixa d’água Leonardo Pareja hasteia a Bandeira do Brasil e começa a tocar o violão cantando a música “Vida de Gado” de Zé Ramalho.
A rebelião terminou com a a espetacular fuga de vários presos em carros cedidos pelas autoridades goianas durante as negociações. Pareja dirigia um desses carros, junto com outro preso, o desembargador Homero Sabino e seu filho de 23 anos. E o que Pareja fez? Como se nada tivesse acontecido, começou a andar tranquilamente pelas ruas de Goiânia, passeando. Parou em um dos barzinhos mais agitados da cidade, comprou cerveja e refrigerantes. Foi reconhecido pelos frequentadores do bar e fez a alegria de todos ao pagar uma rodada de cerveja para todo mundo.
“Eu sou um herói dos presos, gente que foi humilhada e maltratada pela polícia. Não me considero um Robin Hood, mas confesso que me identifico com ele.”
Sua vida foi curta, mas digna de entrar para a história. Em 1996, Régis Faria, filho do ator global Reginaldo Faria e irmão do também global, Marcelo Faria, dirigiu um arrepiante e excelente documentário chamado "Vida Bandida". O documentário sobre a vida de Pareja foi lançado em 1998 e transmitido pelo Canal Brasil. É definitivamente um dos melhores produtos documentais veiculados pela televisão brasileira. O documentário mostra diversas entrevistas com Leonardo Pareja, além de imagens de arquivo dos seus assaltos e da cinematográfica fuga do presídio em Goiás. O documentário acerta também em ser imparcial, colocando entrevistas de Leonardo e de autoridades da época, autoridades as quais o bandido acusava de assassinatos e corrupção.
Algumas de suas frases tornaram-se antológicas:
“Eu não existiria se não fosse o perigo. O perigo é o que me faz viver.”
“Foi nesse sequestro (sobrinha do Antonio Carlos Magalhães) que comecei a dar entrevistas. A opinião pública diz que foi uma inversão de valores, mas não, eu estava colocando os valores nos seus devidos lugares.”
“A imprensa foi moldando ao seu critério e eu fui moldando ao meu critério, e assim surgiu Leonardo Pareja.”
“A polícia usa demais os punhos para trabalhar, ao invés dos neurônios.”
“A Polícia Militar é mais organizada. Você mata um aparece 10, mata 10 aparece 100. Na Polícia Civil você mata 1 e o resto sai correndo.”
“Abdul Sebba, nome de árabe, aqueles torturadores, carrasco mesmo. Abdul Sebba é um deputado federal, um delegado, é um dos maiores matadores do estado de Goiás. E o Adolf Hitler, olha só nome do cara, é o que abafa todo tipo de escândalo da Polícia Civil. Essas pessoas encobrem assaltos, policiais corruptos, assassinos”, sobre Abdul Sebba, ex-Deputado Federal de Goiás e Hitler Mussolini, ex-Diretor Geral da Polícia Civil do estado de Goiás.
“Eu chamo ele de Nazista! As vezes eu fico imaginando ele numa cena de filme pornográfico, sendo aquele que está levando”, sobre o Coronel Nicola Limongi, ex-Diretor do Cepaigo (maior Presídio de Goiás)
“Todos os reféns também tinham uma certa afinidade, era como a Síndrome de Estocolmo, eles começaram a se adaptar com os próprios aglutinados.” Sobre a rebelião no Cepaigo.
“Bobo é o homem que confia no homem.”
Leonardo Pareja é um psicopata clássico, seu objetivo de vida era sempre estar acima de todos, inclusive da própria morte. Como ele próprio diz, desafiou a morte várias vezes, o único problema, porém, é que a morte só precisa de uma chance para vencer. Ele foi recapturado logo depois de fugir do Cepaigo e contra a vontade dos seus advogados decidiu voltar a cumprir pena lá por um simples motivo: Metade da cadeia queria matá-lo. Outra vez mais ele queria desafiar a morte e sentir a emoção, a adrenalina de estar no fio da navalha. Seu novo desafio de vida era mostrar para todos que apesar de estar marcado para morrer, ele era bom o suficiente para continuar vivo lá dentro, protegido por presos que ele manipulou durante anos. Mas como eu disse, a morte só precisa de uma chance.
Era o fim de Leonardo Pareja, foi executado a tiros por bandidos na prisão aos 22 anos.
-Ah! Desculpa por está postando pouco, eu tive alguns problemas digamos que emocionais e tô rodeado de estudo, porém, não se preocupem, postarei sempre que puder.
Você já é um de nós!
É ISSO, ATÉ A PRÓXIMA!
INSÔNIOS'
O cara era foda.
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