sexta-feira, 22 de maio de 2015

A Maldição do Túmulo


Certa noite, dois amigos haviam combinado de sair, o local era incomum para muitos, porém um dia todos nós iremos frequentá-lo com ou sem vida. O cemitério era o local escolhido, e ao chegarem pelos fundos depois de terem pulado o muro, eles procuraram um túmulo para se sentar, então ficaram a conversa sobre outras histórias que os dois já teriam aprontado antes. Era uma mais bizarra que a outra, e assim seguia a noite. Posso me recordar de uma, porém com pequenos detalhes já que o fato ocorreu há alguns anos.
O mesmo ocorreu em uma sexta-feira - porém ela não era 13 - Os amigos estavam voltando da praça quando avistaram um mendigo, bêbado, sujo e de expressão morta. Presente do governo. Então o primeiro amigo, cujo seu nome é Guilherme falou:
- Ei Carlos está com o seu martelo?
- É claro que estou, é meu amuleto, casou-se com minha mochila! - Respondeu Carlos, sorrindo e tirando o objeto da bolsa.
- E aí? Vamos da uma de "Dois garotos e um martelo"? - Perguntou Guilherme, com um olhar tenebroso e um ar de psicopatismo.
- OUW!!! SÉRIO? - Perguntou Carlos bastante surpreso.
- Sim, vamos - Respondeu Guilherme tirando seu celular do bolso, ligando a câmera pronto para filmar toda a ação. E o bêbado se aproximava cada vez mais dos garotos sem ao menos imaginar o que aconteceria no instante seguinte.


2

Para você que não conhece a história de "Dois garotos e um martelo", apresento-lhe de uma forma bastante resumida. Pois bem, tudo começou quando dois garotos se conheceram na escola em Dnepropetrovsk, na Ucrânia, então, logo em seguida se aproximaram e ficaram amigos de um terceiro garoto onde começaram a fazer seus primeiros ataques. Apesar do trio ter ficado firme por um bom tempo, foi desfeito após a prisão de um dos membros por acusação de roubo. A principio eles começaram a cometer suas obras sem nenhuma maldade, apenas como uma forma de superação, de tentar quebrar limites pessoais e de vencer seus próprios medos. E a inocente brincadeira de torturar animais foi passada para pessoas, muitas vezes aleatórias, e, sem dúvidas, finalizadas de forma cruel e lenta. E os golpes eram aplicados por barras de ferro ou mesmo martelo, marteladas quase sempre na cabeça, deixando muitas vezes o rosto das vítimas irreconhecível. Entretanto, a dupla filmava seus ataques desde animais até pessoas e uma dessas filmagens vazou e ganhou repercussão levando a prisão dos mesmo. Os garotos foram condenados a prisão perpétua por homicídio, roubo e violência contra animal, com exceção do terceiro garoto que havia sido preso antes.

3

Estava Guilherme preparado para a ação sem esbouçar nenhum medo, filmando o azarado bêbado. Carlos com o martelo na mão passou pelo o bêbado em passos leves, porém sem que o mesmo o visse, voltou e aplicou o primeiro golpe na cabeça do "bebum", e o resultado foi eminente, o pobre homem caiu na hora. Sem consciência e com o rosto cheio de sangue ele tentava se defender das marteladas, porém era inútil. Os golpes eram sequenciais e não havia como aquele pobre homem se safar dessa. Então depois de alguns minutos de puro sofrimento veio a óbito o maldito bêbado, velho e sujo. Entretanto, Carlos continuava a aplicar golpes no crânio do homem e, insanamente, ao se cansar repassou o martelo para Guilherme que logo lhe passou a câmera, então o mesmo deu algumas marteladas, e viu que era desnecessário continuar batendo naquele homem, pois ele já estava morto. Olhando na direção de Carlos, com o martelo na mão e a mesma cheia de sangue, falou:
- E agora o que faremos?
- Não sei, mas não podemos deixá-lo aqui.
- Lógico que não! - Disse Guilherme, guardando o martelo sujo de sangue na bolsa.
- Já sei! Não tem um cemitério aqui perto, né? - Guilherme confirmou balançando a cabeça - Então, fica a duas ruas daqui. Vamos carregá-lo nos braços e deixaremos lá, afinal lá é um cemitério, e já são quase uma hora da madrugada não há ninguém na rua e ninguém verá a gente entrando pelos fundos.
- Pois beleza, vamos nessa! - Disse Guilherme, manipulando o corpo do bêbado.
- Nossa! Olha só o resto dele? Meu ficou irreconhecível!
- Que rosto? - Respondeu Guilherme, dando gargalhas.
-Vamos, vamos, vamos! - Disse Carlos.
Ao chegarem na parte dos fundos do cemitério, que por sua vez tinha muros baixos e fáceis de pular. Os garotos arremessaram o corpo do bêbado para o outro lado do muro. Guilherme pulou primeiro e Carlos o acompanhou logo em seguida, e já dentro do cemitério, o corpo foi arrastado sobre aquele mato que habita aroma de cadáveres. E um buraco foi cavado para largar aquele monte de carne dentro, assim foi feito. E os garotos ainda ficaram lá observando e refletindo sobre o que eles teriam feito, mas depois de alguns minutos os garotos saíram do local sem deixar ou levantar nenhuma suspeita e, simplesmente, voltaram para suas casas como se nada tivesse acontecido. E o corpo ficou lá, esquecido, deixado, abandonado naquele maldito solo contaminado de males que a vida não carrega, como se fosse um animal, um nada, algo qualquer. E sua família jamais o verá de novo a não ser quando o cheiro tiver insuportável a favor de seu estado de putrefação e aquela vizinhança irá inalar seus restos mortais que o tempo exalou, então as pessoas procurarão de onde vem o cheiro e, depois de procurarem por vários cantos, verão que há uma cova rasa e resto mortais, assim será.

4

Então conversando sobre esta história a noite seguia sem preocupações - até vir os primeiros ruídos, sustos e sensações esquisitas - e mesmo sem demonstrá-las, os dois garotos ficaram a procura de descobrir o que seria esses ruídos. Ficaram pensando e imaginando vários tipos de situações que poderiam explicar. Mas não tiverem nenhuma fixa. O primeiro garoto, que era o mais corajoso, catou a ideia de ir até o local de onde surgiram os ruídos para ver o que seria. Convidou o segundo garoto, o mesmo aceitou, porém não gostava nada da ideia, mas não quis confessar, apenas seguiu o amigo. Passando em meio ao corredor de túmulos, um diferente do outro sem grau de universalidade, mas com retratos expostos que produziam calafrios dos mais piores que se possa ter. Pessoas sorridentes acabam tornando o ambiente apavorante, ainda mais quando você está em um cemitério depois da meia noite, sem dúvidas, é bizarro. O curioso é que aquele cemitério que eles estavam era o mesmo que foi deixado o corpo daquele inocente bêbado anos atrás, corpo esse que nunca foi encontrado por nenhum morador, afinal, ninguém soube da morte, apenas se viu cartazes espalhados pelas ruas cidade com a palavra "DESAPARECIDO" em destaque. E se pode imaginar qualquer coisa sobre o paradeiro desse corpo. Será que ressuscitou? Muito improvável. Será que levaram seus ossos para fazer artesanato? Talvez. Será que ele voltou a vida compactuando com magia negra? Não se sabe. Porém, a explicação-não-lógica depende de sua imaginação e crença.

5

- E ai? De onde vem esses barulhos - Perguntou Carlos, andando sobre os túmulos.
- Não sei! Acho que é lá do final do cemitério. - Respondeu Guilherme - Vamos lá ver o que é? - Completou ele.
- Mas...Guilherme, não é lá que enterramos o bêbado? - Perguntou Carlos, meio que assustado ou com medo ou dois.
- Sim, é lá mesmo! Vamos lá não tenha medo, pois aquele bêbado está morto e se tiver algumas coisa lá é apenas ossos. - Disse Guilherme.
E os garotos foram seguindo a trilha de túmulos até chegar no final do cemitério, então quando chegaram perto do local onde estava enterrado o corpo do bêbado, misteriosamente, havia sido escavado a pouco tempo e nada se encontrava naquela vala. Sem ossos, sem vestígios, sem sinal do corpo do bêbado, nada sobre nada, apenas um local vazio e sombrio.
- Cara...tão de sacanagem, né?! - Disse Carlos.
- Como? Se ninguém sabe de nada!
- Mas mano, que coincidência é essa? - Perguntou Carlos, aparentando está mais assustado do que antes - Vamos sair daqui mano, isso ta estranho! - Completou ele.
- Cara...espera vamos entender isso! - Respondeu Guilherme, tentando acalmar um pouco o Carlos - Já faz dois anos que isso aconteceu, então não há do que ter medo. - Completou ele indo para perto do amigo.
- Mas mano...- novos ruídos - Caralhos vamos sair daqui, vem, vem...
Então os garotos correram, mas algo acompanhou eles e antes que os meninos chegassem no portão do cemitério, subitamente, foram derrubados e arrastados. Então uma voz bizarra ganhou cena:
- Lembram de mim? - Falou a estranha voz.
- O quê? Não pode ser... Como... como você pode está aqui? Você é para está m... - Antes que Guilherme terminasse suas últimas palavras, foi atingindo por uma barra de ferro na cabeça.
- Quanto a você...Humm...Você será meu alimento para a eternidade. - Disse a voz misteriosa.
Então habitou o silêncio por alguns instantes. Depois se ouviu barulho de par escavando o solo. Depois se ouviu risadas, e por fim não se escutou mais nada.


6

Certa vez, dois amigos iam passando frente a um cemitério quando ouviram alguém gritando: "Socorro, socorro, nos ajudem". Então o lado solidário de um deles gritou mais alto e mesmo falou:
- Nossa mano, tem alguém em perigo.Vem vamos tentar ajudá-lo.
- Mas cara. É um cemitério.
- E daí? Vamos logo.
- Então tá, vamos!
E os garotos pularam o muro e seguiram os gritos, mas quanto mais eles se aproximavam mais os gritos ficavam distantes. E quando, no final do cemitério, eles chegaram, não se ouviu mais nada. O silêncio foi imperando e quando eles já estavam pensando em ir embora, um deles avistou algo:
- Olha só aquilo mano! - Disse ele apontando para esquerda.
- O quê?
- Não está vendo? Olha ali, olha!
- Ué?! Dois buracos, só isso.
- Cara me parece que foi cavado recentemente - gritos arrepiantes- Ouviu isso?
- Sim, vem vamos sair ligeiro daqui.
Antes que o segundo garotos respondesse algo puxou seu amigo e logo em seguida ele. Então o que se ouviu foram gritos, gritos e mais gritos. E depois um silêncio...

Quanto ao resto....Ah....Passem em um cemitério e verás.

Nenhum comentário:

Postar um comentário